sábado, julho 22, 2006

E agora?

Sento-me no chão frio, fico à espera. Em cada momento que passa, tudo fica igual, apenas existe uma promessa renovada de angústia que se torna mais real a cada passo que não dou.
Quebro a chão, com a fúria suprema que só um homem sem nada é capaz de ter. Já não tenho nada. Nunca tive nada. Estou a cair e não vejo o fundo, não tenho onde me agarrar. Nunca tive. Nunca precisei de ter.



- Aposto que não sabes voar.
- Como adivinhaste?
- Eu sei tantas coisas...
- Conta-me, tenho tempo para te ouvir.
- Não tens, não.
- Como adivinhaste?