
Um quarto. Eu sentado, observando-te, folheando as paginas de um livro na minha cabeça. Tu, deitada nua no teu trono do prazer, deixando o sol pousar em ti a leve luz que anuncia o dia. Naquele preciso momento não tenho duvidas, és tu a arquitecta definitiva do meu Mundo privado.
Peço autorização a Deus para edificar o meu novo Mundo em teu corpo, já tenho a maquete registada entre dois pensamentos pecaminosos.
Sim, já sei. Um lago em teu umbigo, jardins em torno dos teus seios firmes de prazer, uma ponte entre os teus lábios e os meus, um túnel exclusivo para a nossa volúpia e podíamos brincar escondidos nas curvas da tuas ancas, descobrindo juntos a sensação do coração a disparar.
Sim tu, quem alem de ti podia arquitectar a minha alegria? Ninguém.
Tenho a certeza que foste tu a desenhar a viola da Adriana Calcanhoto quando ela canta só para mim, desenhas-te o sorriso prometedor das crianças que brincam na convicção de uma inocência que ainda teima em existir, desenhas-te aquele golo que nos deu o campeonato no ultimo minuto, desenhas-te a noite em que te encosto numa parede que nos sustenta a luxuria e te possuo sem preconceitos enquanto trocamos suores reprimidos em nosso corpos.
Será que quando acordares ainda vou estar aqui? Será que ainda vais estar tu ai? Será que vai existir uma parede de pé, que resista ao terramoto das minhas emoções, para que eu te posso encostar eternamente?
Será que ainda queres ser arquitecta?