terça-feira, fevereiro 27, 2007

Já sei

Já sei.
É simples, vou deixar de te amar.
Não vou voltar a chorar as tuas lágrimas.
Vou deixar de me prender aos teus sonhos,
Como se fossem os meus.
Vou deixar de rir as tuas alegrias,
De gritar as tuas dores.
Como é que não consegui ver as minas que pisava?
Se tu fazias questão de as mostrar.
Agora sei, tudo o que basta é não te amar.
É isso mesmo, já não te amo.
A minha alma já não fica vazia,
Sem a presença dos teus beijos.
O meu corpo já não pede o teu,
No silêncio de todas as noites.
As minhas células já não imploram o teu perfume,
Que era para elas oxigénio.
O teu sorriso adocicado,
Deixou de ser a minha religião.
Já não sei cair mais,
Nessa estrada esburacada por tanta dor.
O teu próximo capricho já não me preocupa.
Já não me preciso de preocupar.
Porque o meu corpo deixou de saber amar.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Primal Fear

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Questions About Angels

Of all the questions you might want to ask
about angels, the only one you ever hear
is how many can dance on the head of a pin.

No curiosity about how they pass the eternal time
besides circling the Throne chanting in Latin
or delivering a crust of bread to a hermit on earth
or guiding a boy and girl across a rickety wooden bridge.

Do they fly through God's body and come out singing?
Do they swing like children from the hinges
of the spirit world saying their names backwards and forwards?
Do they sit alone in little gardens changing colors?

What about their sleeping habits, the fabric of their robes,
their diet of unfiltered divine light?
What goes on inside their luminous heads? Is there a wall
these tall presences can look over and see hell?

If an angel fell off a cloud, would he leave a hole
in a river and would the hole float along endlessly
filled with the silent letters of every angelic word?

If an angel delivered the mail, would he arrive
in a blinding rush of wings or would he just assume
the appearance of the regular mailman and
whistle up the driveway reading the postcards?

No, the medieval theologians control the court.
The only question you ever hear is about
the little dance floor on the head of a pin
where halos are meant to converge and drift invisibly.

It is designed to make us think in millions,
billions, to make us run out of numbers and collapse
into infinity, but perhaps the answer is simply one:
one female angel dancing alone in her stocking feet,
a small jazz combo working in the background.

She sways like a branch in the wind, her beautiful
eyes closed, and the tall thin bassist leans over
to glance at his watch because she has been dancing
forever, and now it is very late, even for musicians.

by Billy Collins

Children of Men

Casino Royale


Giacomo Tognoni

Brandon Stone

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Caro amigo, como sois sábio

Que seria esta vida, se é que de vida merece o nome, sem os prazeres da volúpia? Oh! Oh! Vós me aplaudis? Já vejo que não há aqui nenhum insensato que não possua esse sentimento. Sois todos nuito sábios, uma vez que, a meu ver, loucura é o mesmo que sabedoria. Podeis, pois, estar certos de que também os estóicos não desprezam a volúpia, embora astutamente se finjam alheios a ela e a ultrajem com mil injúrias diante do povo, a fim de que, amendontrando os outros, possam gozá-la mais freqüentemente. Mas, admitindo que esses hipócritas declamem de boa fé, dizei-me, por Júpiter, sim, dizei-me se há, acaso, um só dia na vida que não seja triste, desagradável, fastidioso, enfadonho, aborrecido, quando não é animado pela volúpia, isto é pelo condimento da loucura. Tomo Sóflocles por testemunho irrefragável, Sóflocles nunca bastante louvado. Oh! nunca se me fez tanta justiça! Diz ele, para minha honra e minha glória: “Como é bom viver! mas, sem sabedoria, porque esta é o veneno da vida”.


"Elogia da Loucura" Erasmo de Rotterdam

terça-feira, fevereiro 13, 2007


World Press Photo - Foto de Denis Darzacq, França, Agence Vu, EPADanças de rua - Primeiro prémio na categoria Artes e Entretenimento

World Press Photo - Foto de Jan Grarup, Politiken, EPARefugiados do Darfur - Segundo prémio na categoria de notícias generalistas

World Press Photo - Foto de Damon Winter, EUA, Los Angeles Times, EPAClint Eastwood - Terceiro lugar na categoria de Retratos

World Press Photo - Foto de Spencer Platt, EUA, Getty Images , EPAPrémio para Melhor Foto do Ano - Jovens libanesas observam bairro bombardeado


World Press Photo - Foto de Akintunde Akinleye, Nigéria, ReutersExplosão de gás em Lagos, Nigéria. Primeiro prémio na categoria de Notícias - individual

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"


Mario Quintana

domingo, fevereiro 04, 2007

Nunca se está sozinho

anton shevchenko
The Arcade Fire - Rebellion (Lies)
Arcade Fire - Laïka

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

É pouco!

É pouco…
Como é que não fazes parte de todos os filmes que vejo?
Como é que não cantam a tua beleza em todas as músicas?
Não foram os mestres capazes de pintar o perfumado encanto do teu sorriso? De que servem os quadros então?
Como ousam os outros chamar arte a algo onde tu não estás?
Que mentira é tudo isto, se tu não estás presente. É tudo tão pouco…
É pouco.
Como é que Deus é perfeito, se não é nos meus braços que soltas a tua gargalhada? Se não é na minha cama que soltas o pecado?
Tudo é insuficiente se não te posso ver acordar, como quem vê nascer um anjo.
Porquê então estás tatuada na minha alma?
Onde estás? Isto é tudo tão pouco sem ti.
É pouco…
Snatch - The Fucking Short Version

Fuck

Uma grande cena de um grande filme.
Fuck Forever by Babyshambles

Para os poucos que vão enteder este post

Sinto-me irrequieto, numa agitação incontrolável, no limiar de destruir todas as ligações entre átomos existentes no meu corpo físico. Não consigo parar de falar, mas não presto atenção ao que digo, não é importante. Apenas é mais fácil se disser alguma coisa. Sento-me, levanto-me, sento-me, deito-me, sento-me e sem dar conta já estou de joelhos ou aos saltos.
Mãos na cabeça, um palavrão, fecho os olhos… uff foi por pouco! Uma ansiedade que percorre todas as minhas células, de uma forma tão intensa que deixaria envergonhado o mais intenso arrepio da mais forte das doenças.
Discuto sozinho ou com alguém, não tenho a certeza mas também sinto que isso agora não é o mais importante.
Tenho de lembrar frequentemente ao meu corpo para continuar a respirar, pois todo ele esta preso numa tensão injustificável para o comum dos mortais. Sinto a cabeça a explodir, uma artéria a latejar, outro arrepio mais forte ainda… sinto medo… ate que de repente tudo muda, a via ganha esperança, o corpo ganha vida, levanto-me… vai, vai, vai… digo bem alto, vamos! Uma rigidez invencível apodera-se de mim, uma fracção de segundo em que o meu mundo pára. Não respiro, não penso, o sangue está estagnado… uma fracção de segundo… demasiado longo… até que a mais forte sensação de alegria invade o meu corpo, a minha alma, o meu espírito. Uma injecção de uma droga pura, pura felicidade! Já estou de joelhos a gritar bem alto, depois salto, abraço alguém, saltamos todos, gritamos todos, beijos, abraços, o meu corpo exige que não pare de saltar… naquele preciso momento, o meu corpo não me pertence, pertence aquele sentimento de eternidade… Uma lágrima que se perde em tantos saltos e abraços, um sorriso rasgado. Cantamos e gritamos frases incompreensíveis até para nós.
O corpo avisa-me que o nosso organismo é incapaz de armazenar tanta energia, tanta felicidade e obriga-me a sair de casa para partilhar tudo aquilo que sinto, mas é impossível partilhar tal a densidade dos sentimentos. Parece que vou explodir, salto, danço, choro, rio, canto, corro, grito, beijo, abraço e passo assim a noite mas ainda incapaz de mostrar a verdadeira felicidade que esta dentro de mim porque essa alegria tenho a certeza que não cabe neste Mundo…

(Algures em Braga no momento me que o Benfica se sagra Campeão Nacional de futebol, época 2004/2005, ficaram saldadas todas as desilusões.
Tudo isto porque “Some people think football is a matter of life and death. I assure you, it's much more serious than that.” by Bill Shankly)