terça-feira, julho 04, 2006

Faces que ficam.


Sim, peço-te. Dá-me a tua face para guardar numa das gavetas da minha memória.
Não, desculpa. Uma fotografia não serve. Não consigo sentir os teus lábios húmidos numa fotografia. Dizes que tens um vídeo. De que me serve um vídeo, por acaso consigo sentir o perfume da tua pele num vídeo?
Já te disse, quero a tua face. Quero conservar para sempre o franzir das tuas sobrancelhas quando eu dizia algum disparate (e disse tantos…).
Preciso de ter perto de mim o processo que é o formar do teu sorriso, que faz com que tudo o resto seja banal.
Como posso viver sem essa tua face que conheço tão bem, sem essas mil expressões que conseguias fazer enquanto conversávamos.
Sempre adorei essa tua cara de zangada, que dizia que já não gostava de mim mas que ocultava um sorriso futuro que me perdoava mais um disparate. Onde esta ela agora? Ainda a tens?
Sabes perfeitamente que deixaste uma parte da tua face comigo, que não me chega para viver mas que te faz falta para seres aquilo que eras quando essa tua face também era minha.