Senta-te
Senta-te.
Descansa.
Corres à demasiado tempo sem direcção.
És demasiado objectiva na tua falta de definição.
Lês rapidamente esse livro,
Sem nunca saber a sua historia, a sua dor.
Procuras em todos os lugares as ausências
Que pontuam a tua existência.
Descobres que chorar, já não é perder.
Agora sabes que o fundo não é o fim.
Tens de aprender que morrer,
Não é estar perto de mim.
Vives no sangue de um poema,
Que não te ensinaram a estancar.
Espera.
Eu acredito!
Deixa esse sangue também ser meu.
Deixa que a derrota nos possa perseguir.
Eu sei que não será capaz de nos alcançar.
Porquê?
Como sei?
Não sei.
Levanta-te!
Corre!
Desce essa rua maltratada,
Vira à esquerda,
Entra nessa porta escancarada.
Não fujas da lua, não fujas da vida.
Não feches a porta.
A derrota nunca esteve cá fora.